Volto a postar, me ausentei por diversos motivos, mas agora comparecerei mais seguidamente aqui, este período de inatividade foi muito produtivo e logo estarei colocando aqui algumas reflexões que produzi e que estou conjecturando.
Fica um desejo de renovação do ímpeto para os novos desafios que se avizinham com a chegada do ano vindouro.
Adão Araújo Jr.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Lutas populares e democráticas no Brasil - parte 2
Hoje, postamos o segundo texto sobre a luta contra a escravidão no solo brasileiro, não poderia faltar um excerto do poema “Navio Negreiro” do grande poeta brasileiro e patrono da UJS, o poeta condoreiro Castro Alves:
“Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!”
Comecemos primeiro desmistificando a inferioridade tão apregoada aos quatro ventos de inferioridade dos representantes negros da raça humana, existiam reinos na África que só foram subjugados pela sanha imperialista européia no decorrer do século XIX, quando os negros combatiam com lanças e escudos e os europeus utilizavam largamente canhões e metralhadoras, por séculos o rei da Etiópia foi considerado o monarca mais rico do mundo, por séculos os europeus chegavam somente na costa litorânea africana, pois era instransponível de outra forma, pela bravura dos guerreiros africanos.
A cultura local, no tocante à guerras, nunca foi de marcado pelo grande número de mortos em combate, pois como os astecas, os africanos em sua maioria, preferiam prender seus inimigos tribais e os utilizarem como escravos, primeiramente em suas próprias possessões e após começaram a intensificar um mercado de vende desses prisioneiros de guerra com os europeus que necessitavam de mão de obra para lavouras, extração de minerais e outras atividades braçais em suas colônias mundo afora.
A viagem de transposição do Oceano Atlântico era uma odisséia em luta pela vida, pois em alguns estudos apontam que a mortandade no transcorrer da viagem beira os 70% dos negros que eram trazidos, as más condições das embarcações, onde proliferavam doenças, o exíguo espaço físico, os maus tratos por parte da tripulação, transformavam o cenário do navio negreiro um verdadeiro holocausto.
Ao chegarem em solo brasileiro, os sobreviventes dessa jornada de horrores, descobririam o futuro trágico que lhes aguardava, o trabalho extenuante e o chicote do feitores a lhe arrancar o couro e o sangue para que executasse os mais duros trabalhos, e para cicatrizar essas chagas, nada mais do que o sal do suor de seus corpos.
Semana que vem trataremos sobre os vários campos onde se travou a luta pela abolição da escravatura, desde o campo, intelectual, político, artístico onde se pavimentou o longo caminho para a conquista dessa tão almejada liberdade.
“Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!”
Comecemos primeiro desmistificando a inferioridade tão apregoada aos quatro ventos de inferioridade dos representantes negros da raça humana, existiam reinos na África que só foram subjugados pela sanha imperialista européia no decorrer do século XIX, quando os negros combatiam com lanças e escudos e os europeus utilizavam largamente canhões e metralhadoras, por séculos o rei da Etiópia foi considerado o monarca mais rico do mundo, por séculos os europeus chegavam somente na costa litorânea africana, pois era instransponível de outra forma, pela bravura dos guerreiros africanos.
A cultura local, no tocante à guerras, nunca foi de marcado pelo grande número de mortos em combate, pois como os astecas, os africanos em sua maioria, preferiam prender seus inimigos tribais e os utilizarem como escravos, primeiramente em suas próprias possessões e após começaram a intensificar um mercado de vende desses prisioneiros de guerra com os europeus que necessitavam de mão de obra para lavouras, extração de minerais e outras atividades braçais em suas colônias mundo afora.
A viagem de transposição do Oceano Atlântico era uma odisséia em luta pela vida, pois em alguns estudos apontam que a mortandade no transcorrer da viagem beira os 70% dos negros que eram trazidos, as más condições das embarcações, onde proliferavam doenças, o exíguo espaço físico, os maus tratos por parte da tripulação, transformavam o cenário do navio negreiro um verdadeiro holocausto.
Ao chegarem em solo brasileiro, os sobreviventes dessa jornada de horrores, descobririam o futuro trágico que lhes aguardava, o trabalho extenuante e o chicote do feitores a lhe arrancar o couro e o sangue para que executasse os mais duros trabalhos, e para cicatrizar essas chagas, nada mais do que o sal do suor de seus corpos.
Semana que vem trataremos sobre os vários campos onde se travou a luta pela abolição da escravatura, desde o campo, intelectual, político, artístico onde se pavimentou o longo caminho para a conquista dessa tão almejada liberdade.
Divagações de um rábula, a um passo de se tornar advogado...
Foram anos de estudo, inúmeras disciplinas cursadas, muitas amizades, inúmeros trabalhos e uma incomensurável carga de conhecimento e experiência acumulada ao longo destes sete anos de graduação, fora isso tive que passar pela pressão e o desgaste do Exame da Ordem, mas agora há um dia de me tornar advogado, observo o transcorrer deste tempo, desde a inscrição no vestibular, até a formatura e posterior “Crise na vida após a graduação e a difícil entrada no mercado de trabalho”, como sendo algo profundamente instigante e que sem sombra de dúvida não sou mais o adolescente que entrou na universidade, sem nem ter bem a noção do que queria para seu futuro profissional, mas essa longa caminhada me apresentou um universo sem fim, algo que está em constante transformação e que já faz parte de mim, o Direito.
Através do Direito consegui conciliar inúmeras coisas que sempre gostei, História, Literatura, Sociologia, e com base nesse gosto diversificado foi construindo minha visão desses fenômenos complexos e multifacetados como são o Direito, a Sociedade, a convivência humana, pois sempre fui um indignado e até certo ponto incompreendido por este fato, sempre coloquei em xeque minhas capacidades e limitações e fiz disso uma filosofia de vida, e é isso que me dá força para seguir em frente, agora interpreto a insegurança frente ao futuro como energia para avançar rumo a essa nova fase e os desafios que serão lançados ao meu caminho, posso não saber aonde chegarei, mas tenho a perseverança e disposição para palmilhar essa nova senda que se descortina, com a coragem e destemor do ingênuo que não sabe o que lhe reserva o futuro, mas cheio de energia para seguir, pois como diz o sábio ditado espanhol, com o perdão se cometi algum erro com o idioma de los hermanos:
“El camino y el caminante se hacen en el caminar...”
Através do Direito consegui conciliar inúmeras coisas que sempre gostei, História, Literatura, Sociologia, e com base nesse gosto diversificado foi construindo minha visão desses fenômenos complexos e multifacetados como são o Direito, a Sociedade, a convivência humana, pois sempre fui um indignado e até certo ponto incompreendido por este fato, sempre coloquei em xeque minhas capacidades e limitações e fiz disso uma filosofia de vida, e é isso que me dá força para seguir em frente, agora interpreto a insegurança frente ao futuro como energia para avançar rumo a essa nova fase e os desafios que serão lançados ao meu caminho, posso não saber aonde chegarei, mas tenho a perseverança e disposição para palmilhar essa nova senda que se descortina, com a coragem e destemor do ingênuo que não sabe o que lhe reserva o futuro, mas cheio de energia para seguir, pois como diz o sábio ditado espanhol, com o perdão se cometi algum erro com o idioma de los hermanos:
“El camino y el caminante se hacen en el caminar...”
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Lutas populares e democráticas no Brasil
Todas as quartas-feiras traremos postagens que farão um resgate das lutas sociais, populares e democráticas do povo brasileiro, traçando um singelo relato das inúmeras lutas travadas em nosso país para a construção de cidadania e dignidade a todos brasileiros e brasileiras, iniciaremos com A luta contra a Escravidão no Brasil.
Rompendo com a “historiografia nacional oficial” (altamente contaminada por um etnocentrismo racista), que classifica o brasileiro como acomodado, sem grandes interesses por causas maiores, como se todas as conquistas sociais tivessem caído no colo do povo, tudo fruto do beneplácito das classes dominantes, ousamos através destes textos, retratar fatos históricos que demonstram justamente o contrário, que o povo brasileiro em diversos momentos de nossa história assumiu lutas que oportunizaram mudanças em nosso país, abordaremos essas lutas construindo assim um patrimônio das lutas sociais e populares de nosso país.
Uma das lutas mais extensa e dura foi a luta pela abolição da escravatura, uma ferida que ficou aberta ao longo de 4 séculos de nossa história, custou a vida e liberdade de muitos e foi sem sombra de dúvida uma das causas elementares para que o Brasil adotasse a forma republicana de governo.
O sistema escravocrata foi a estrutura econômica que sustentou não só o Brasil-colônia e a metrópole Portugal, como o império que se instalou em terras tupiniquins, ocasionou um verdadeiro massacre e deixou muitas pessoas ricas e outras sem vida...
Vários foram os ciclos econômicos que utilizaram a mão-de-obra escrava, não somente negra, mas indígena também, embora a imensa maioria fosse de africanos, atividades como extração de vegetais (pau-brasil), minérios (ouro, diamantes), lavoura (canavieira, algodão), na elaboração do Charque (devido às condições de trabalho e a exposição ao sal, a média de “vida útil” de um escravo em uma charqueada não passava de 5 anos), fora as lides domésticas, amas de leite e outros locais em que seres humanos não passavam de meros objetos patrimoniais de um senhor, fidalgo ou pároco, pois é a igreja sempre apoio a escravidão, inclusive respaldava a escravidão, pois durante séculos se debatia se negros e índios possuíam alma e se eram dignos do “reino do senhor”...
A luta contra a escravidão se deu nos mais variados campos, tanto no cultural, no artístico, quanto no campo da insurreição popular mesmo, prova disto são os quilombos onde os negros se reuniam e construíam um espaço de liberdade longe do trabalho forçado e do açoite do patrão e do capitão do mato, um exemplo nítido de processo de fossilização, onde um indivíduo de um extrato social era aliciado para caçar indivíduos do mesmo extrato.
Semana que vem trataremos sobre o tráfico negreiro, as condições de vida, na África, a viagem e o modo de vida e produção aqui na América.
Rompendo com a “historiografia nacional oficial” (altamente contaminada por um etnocentrismo racista), que classifica o brasileiro como acomodado, sem grandes interesses por causas maiores, como se todas as conquistas sociais tivessem caído no colo do povo, tudo fruto do beneplácito das classes dominantes, ousamos através destes textos, retratar fatos históricos que demonstram justamente o contrário, que o povo brasileiro em diversos momentos de nossa história assumiu lutas que oportunizaram mudanças em nosso país, abordaremos essas lutas construindo assim um patrimônio das lutas sociais e populares de nosso país.
Uma das lutas mais extensa e dura foi a luta pela abolição da escravatura, uma ferida que ficou aberta ao longo de 4 séculos de nossa história, custou a vida e liberdade de muitos e foi sem sombra de dúvida uma das causas elementares para que o Brasil adotasse a forma republicana de governo.
O sistema escravocrata foi a estrutura econômica que sustentou não só o Brasil-colônia e a metrópole Portugal, como o império que se instalou em terras tupiniquins, ocasionou um verdadeiro massacre e deixou muitas pessoas ricas e outras sem vida...
Vários foram os ciclos econômicos que utilizaram a mão-de-obra escrava, não somente negra, mas indígena também, embora a imensa maioria fosse de africanos, atividades como extração de vegetais (pau-brasil), minérios (ouro, diamantes), lavoura (canavieira, algodão), na elaboração do Charque (devido às condições de trabalho e a exposição ao sal, a média de “vida útil” de um escravo em uma charqueada não passava de 5 anos), fora as lides domésticas, amas de leite e outros locais em que seres humanos não passavam de meros objetos patrimoniais de um senhor, fidalgo ou pároco, pois é a igreja sempre apoio a escravidão, inclusive respaldava a escravidão, pois durante séculos se debatia se negros e índios possuíam alma e se eram dignos do “reino do senhor”...
A luta contra a escravidão se deu nos mais variados campos, tanto no cultural, no artístico, quanto no campo da insurreição popular mesmo, prova disto são os quilombos onde os negros se reuniam e construíam um espaço de liberdade longe do trabalho forçado e do açoite do patrão e do capitão do mato, um exemplo nítido de processo de fossilização, onde um indivíduo de um extrato social era aliciado para caçar indivíduos do mesmo extrato.
Semana que vem trataremos sobre o tráfico negreiro, as condições de vida, na África, a viagem e o modo de vida e produção aqui na América.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Mais uma do Sr. Menezes Direita, ops, Menezes Direito...
Volto a postar algo no blog, após um certo tempo, pois estou envolvido em inúmeras atividades que me limitam o tempo, não permitindo vir a este espaço externar algum anseio, sonho ou indignação minha.
Ontem estava em julgamento no plenário do Supremo Tribunal Federal uma ação que se arrasta há mais de 25 anos e já custou a vida de inúmeros índios, brasileiros legitimamente natos, que versava sobre a demarcação de uma reserva indígena no sul da Bahia e a retirada de invasores que lá estão instalados faz décadas, destruindo o patrimônio cultural indígena, assim como matando os originais habitantes daquele espaço territorial.
Até ai, nada de novo ao leitor mais incauto, mas esse mesmo processo que já tramita há 25 anos, sobre um tema que já consta até na Constituição Federal da República e não o é respeitado, traz em seu bojo, algumas interessantes constatações.
A modificação da postura estatal com relação aos povos indígenas, que após longo debate tiveram reconhecido em texto constitucional seus direitos e necessidades biológicas e culturais guindadas à matéria de destaque e respeito pelo Estado Brasileiro, modificando o antigo posicionamento que era de “ocidentalizar e civilizar” os membros destas etnias verdadeiramente autóctones de nosso país.
Em 20 de abril de 1997, foi barbaramente assassinado, a sangue frio, por alguns jovens, todos de classe média alta, da forma mais hedionda possível, ao atearem fogo no corpo de um índio pataxó, que estava em Brasília para justamente reivindicar o reconhecimento de seu direito sobre a terra onde sua nação indígena vive, o já conhecido caso do índio Galdino, que já se tornou um símbolo dos povos que lutam pelo direito de sobrevivência frente a truculência de alguns posseiros e até de multinacionais que sem a mínima ética ou responsabilidade com a cultura e o passado desse povo que contribui e ainda tem a contribuir com a história de nosso povo brasileiro.
Eis que mais uma vez, algo que já se transformou em praxe, nas matérias analisadas pelo STF que possuem grande relevância para o país, o Ministro Menezes Direito, pede vista do processo, e protela a decisão para por fim a esse conflito que se arrasta por décadas, e todos já sabem o posicionamento deste ministro, sempre retrógrado e reacionário ao extremo em seus posicionamentos, foi assim na causa sobre as pesquisas em células tronco, no caso da demarcação da Reserva Raposa/Serra do Sol e agora neste caso analisado, que poderá servir como parâmetro e subsídio para o julgamento do caso Raposa/Serra do sol, pois ambos tratam de matérias similares.
Um julgador da mais alta corte do país deveria honrar o cargo que exercer e ter noção que a protelação ad infinitum das demandas só ocasiona mais conflito e problemas para toda a coletividade, uma ação que está tramitando há 25 anos já deve ter sido analisada fartamente pelos eminente, ou nem tão eminentes ministros do STF.
Ontem estava em julgamento no plenário do Supremo Tribunal Federal uma ação que se arrasta há mais de 25 anos e já custou a vida de inúmeros índios, brasileiros legitimamente natos, que versava sobre a demarcação de uma reserva indígena no sul da Bahia e a retirada de invasores que lá estão instalados faz décadas, destruindo o patrimônio cultural indígena, assim como matando os originais habitantes daquele espaço territorial.
Até ai, nada de novo ao leitor mais incauto, mas esse mesmo processo que já tramita há 25 anos, sobre um tema que já consta até na Constituição Federal da República e não o é respeitado, traz em seu bojo, algumas interessantes constatações.
A modificação da postura estatal com relação aos povos indígenas, que após longo debate tiveram reconhecido em texto constitucional seus direitos e necessidades biológicas e culturais guindadas à matéria de destaque e respeito pelo Estado Brasileiro, modificando o antigo posicionamento que era de “ocidentalizar e civilizar” os membros destas etnias verdadeiramente autóctones de nosso país.
Em 20 de abril de 1997, foi barbaramente assassinado, a sangue frio, por alguns jovens, todos de classe média alta, da forma mais hedionda possível, ao atearem fogo no corpo de um índio pataxó, que estava em Brasília para justamente reivindicar o reconhecimento de seu direito sobre a terra onde sua nação indígena vive, o já conhecido caso do índio Galdino, que já se tornou um símbolo dos povos que lutam pelo direito de sobrevivência frente a truculência de alguns posseiros e até de multinacionais que sem a mínima ética ou responsabilidade com a cultura e o passado desse povo que contribui e ainda tem a contribuir com a história de nosso povo brasileiro.
Eis que mais uma vez, algo que já se transformou em praxe, nas matérias analisadas pelo STF que possuem grande relevância para o país, o Ministro Menezes Direito, pede vista do processo, e protela a decisão para por fim a esse conflito que se arrasta por décadas, e todos já sabem o posicionamento deste ministro, sempre retrógrado e reacionário ao extremo em seus posicionamentos, foi assim na causa sobre as pesquisas em células tronco, no caso da demarcação da Reserva Raposa/Serra do Sol e agora neste caso analisado, que poderá servir como parâmetro e subsídio para o julgamento do caso Raposa/Serra do sol, pois ambos tratam de matérias similares.
Um julgador da mais alta corte do país deveria honrar o cargo que exercer e ter noção que a protelação ad infinitum das demandas só ocasiona mais conflito e problemas para toda a coletividade, uma ação que está tramitando há 25 anos já deve ter sido analisada fartamente pelos eminente, ou nem tão eminentes ministros do STF.
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Julgamento do Caso da Terra Indígena Raposa Serra do Sol
Está ocorrendo neste exato momento, o julgamento da Ação Popular intentada por dois senadores do Estado de Roraima, para desconsiderar a decisão do Governo Federal em tornar contínua a demarcação da área abrangida pela reserva indígena, os interesses em conflito são, o direito de sobrevivência da cultura indígena e a presença de arrozeiros que ocupam parte da reserva com plantações de arroz.
Após o início da sessão, após breve análise de questão de ordem sucitada pelas partes, ocorreu a leitura do relatório da lavra do Eminente Ministro Carlos Ayres Brito e após isso, iniciou-se o período destinado à sustenção oral aos advogados que estão patrociando a causa para as partes envolvidas na lide.
Uma das advogadas que foi à Tribuna, era uma índia, graduada em Direito, devidamente inscrita na OAB e fez uma sustentação embasando o direito da terra na qual seu povo se mantém há milênios, tornando o julgamento um fato histórico, pois além de ser a primeira pessoa de origem indígena a utilizar a tribuna da maior instância judicial do país, ela indaga qual será a atitude do Estado Brasileiro para com os brasileiros originários, e mais do que legítimos donos desta terra, o caso deverá se desenrolar por dois dias, vejamos qual será a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
Após o início da sessão, após breve análise de questão de ordem sucitada pelas partes, ocorreu a leitura do relatório da lavra do Eminente Ministro Carlos Ayres Brito e após isso, iniciou-se o período destinado à sustenção oral aos advogados que estão patrociando a causa para as partes envolvidas na lide.
Uma das advogadas que foi à Tribuna, era uma índia, graduada em Direito, devidamente inscrita na OAB e fez uma sustentação embasando o direito da terra na qual seu povo se mantém há milênios, tornando o julgamento um fato histórico, pois além de ser a primeira pessoa de origem indígena a utilizar a tribuna da maior instância judicial do país, ela indaga qual será a atitude do Estado Brasileiro para com os brasileiros originários, e mais do que legítimos donos desta terra, o caso deverá se desenrolar por dois dias, vejamos qual será a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal.
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
21 anos da morte de Fernando Ramos da Silva
Quem foi Fernando Ramos da Silva???
Bom, era um jovem brasileiro, que morreu alvejado por 8 disparos efetuados pela fascínora polícia militar do Estado de São Paulo, na periferia da cidade de Diadema, possuia na época 19 anos, alguém vai dizer... tá mais um jovem morto na periferia de uma cidade e daí???
Eis o problema, a violência contra a nossa juventude está banalizada e já não é capaz de indignar os demais cidadãos...
Fernando foi o protagonista do Filme "Pixote- um menino de rua", filme de Hector Babenco que no início da década de oitenta faz através desta película uma crítica e uma denúncia sobre a questão dos menores de rua e qual o tratamento dedicado a eles no Brasil, a sigla FEBEM não lhes produz alguma imagem na mente?
O filme é contundente e durante um período ainda marcado pelo silêncio aos que se opusessem aos militares, mostra cenas fortes, como drogas, prostituição, miséria, fazendo um retrato fiel do cenário onde o personagem estava inserido.
Pois o Pixote Real teve o mesmo destino dos inúmeros pixotes que andam pelo nosso país, perambulando pelas ruas, fruto desse sistema exlcudente, que além de excluir, agora quer eliminar os que já foram excluídos, não faltam vozes insanas a clamar pela redução da maioridade penal, e até pela pena de morte...
É extremamente fácil, culpar o menino de rua que cresce à completa revelia do Estado e da sociedade, numa luta insana pela sobrevivência, a única visão do Estado é a sirene da viatura e o projetil da arma que vem lhe roubar a única coisa que tem, a vida...
Além de matarem seus sonhos enquanto dorme sob uma marquise de cimento, lhes ferem a carne pelo simples fato de existir.
Recordo um fato que foi noticiado, há um certo tempo nos jornais de grande circulação no Rio Grande do Sul, as crianças que foram apelidadas de "Tartarugas Ninja", por viverem nos esgotos próximos ao Mercado Público de Porto Alegre, estavam fazendo um levantamento do que havia acontecido com aquelas crianças, resultado:
Vários mortos;
Alguns presos;
Outros Sumidos;
E um havia constituído família e não estava preso, estava trabalhando com coleta de material reciclável...
Este é o futuro para os jovens brasileiros???
21 anos da morte de Pixote, quantos mais morrerão para que a sociedade se concientize de sua responsabilidade???
Uma ótima semana a todos e todas.
Bom, era um jovem brasileiro, que morreu alvejado por 8 disparos efetuados pela fascínora polícia militar do Estado de São Paulo, na periferia da cidade de Diadema, possuia na época 19 anos, alguém vai dizer... tá mais um jovem morto na periferia de uma cidade e daí???
Eis o problema, a violência contra a nossa juventude está banalizada e já não é capaz de indignar os demais cidadãos...
Fernando foi o protagonista do Filme "Pixote- um menino de rua", filme de Hector Babenco que no início da década de oitenta faz através desta película uma crítica e uma denúncia sobre a questão dos menores de rua e qual o tratamento dedicado a eles no Brasil, a sigla FEBEM não lhes produz alguma imagem na mente?
O filme é contundente e durante um período ainda marcado pelo silêncio aos que se opusessem aos militares, mostra cenas fortes, como drogas, prostituição, miséria, fazendo um retrato fiel do cenário onde o personagem estava inserido.
Pois o Pixote Real teve o mesmo destino dos inúmeros pixotes que andam pelo nosso país, perambulando pelas ruas, fruto desse sistema exlcudente, que além de excluir, agora quer eliminar os que já foram excluídos, não faltam vozes insanas a clamar pela redução da maioridade penal, e até pela pena de morte...
É extremamente fácil, culpar o menino de rua que cresce à completa revelia do Estado e da sociedade, numa luta insana pela sobrevivência, a única visão do Estado é a sirene da viatura e o projetil da arma que vem lhe roubar a única coisa que tem, a vida...
Além de matarem seus sonhos enquanto dorme sob uma marquise de cimento, lhes ferem a carne pelo simples fato de existir.
Recordo um fato que foi noticiado, há um certo tempo nos jornais de grande circulação no Rio Grande do Sul, as crianças que foram apelidadas de "Tartarugas Ninja", por viverem nos esgotos próximos ao Mercado Público de Porto Alegre, estavam fazendo um levantamento do que havia acontecido com aquelas crianças, resultado:
Vários mortos;
Alguns presos;
Outros Sumidos;
E um havia constituído família e não estava preso, estava trabalhando com coleta de material reciclável...
Este é o futuro para os jovens brasileiros???
21 anos da morte de Pixote, quantos mais morrerão para que a sociedade se concientize de sua responsabilidade???
Uma ótima semana a todos e todas.
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